quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Blusa Vinho.

confessei meus pecados prum bêbado deitado na calçada
roubei sua pinga e o maço de cigarros que tava
no bolso de sua camisa
atravessei meu inferno descalço
mas o coma não me fodeu por inteiro
perdi amigos, mulheres e dinheiro
amores também
xinguei meus pais
e blasfemei quando disse que deus morreu com uma dúzia de pedras de crack no estômago
as vezes caio no banheiro
as vezes odeio sem querer
as vezes transo tardes inteiras
senti saudades no chuveiro
disfarcei choro com cerveja
prefiro algumas no pelo
pra esperar ansioso fevereiro
botar fogo nas lixeiras
e sodomizar gatas no cio
essa realidade é uma flor brutalmente bonita
como as cicatrizes nos meus pulsos
é preciso flertar com a vida pra se sentir vivo
enquanto o desespero não bater á porta
enquanto o pescoço estiver longe da corda
ainda há tempo

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