quinta-feira, 17 de novembro de 2016

Agulha de Crochê.

se eu fosse o mesmo cara de antes
correndo da polícia
perdido em beiços e botecos noturnos
nas macumbas da cidade
que nunca pisava no freio
vestido de delírio e medo
bermuda e chinelo
sabotando semáforos
dos sambas enfeitados nas putarias dos banheiros
bebendo, brigando e sorrindo
se eu fosse o mesmo cara de antes
procurando teus olhos escuros
por ruas envenenadas
quando a boêmia morava em mim
das madrugadas sorrateiras
dos copos sempre cheios
das drogas puras
brincando com a lua
na malícia de toda morena
nos quartinhos quentes
sacudindo a alma
festejando as broncas
desperdiçando as manhãs com falsos beijos
no luxo das paixões vulgares
se eu fosse o mesmo cara de antes

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