Eu ainda me lembro da disposição que eu tinha pros assaltos, orgias, lembro das brigas, das noites que eu dormia embriagado na casa
de garotas desconhecidas e dos sambas no círculo operário,
das madrugadas vendendo crack na rodoviária, esquinas e
do bolso cheio do moedas
e notas amassadas. Me lembro de sempre andar com
carros roubados, de beijar a mãe da Daniela
prostituta de dezessete
anos de
idade, lembro
do peso do meu segundo revólver um 38 do cano de madeira
que eu dei 4 tiros num são-paulino filho de uma puta,
me lembro dos finais de semana que eu ficava
sozinho em casa,
dos pratos
cheios de cocaína,
das meninas nuas na sala e de como eu era
frio.
Lembro também do dia que a Marcela foi
presa
negra gostosa e parceira, lembro da Claudinha chorando quando mataram seu irmão e de trepar com ela depois
do
enterro.
Lembro do desespero que havia no rosto da minha mãe
ela parecia prever a
minha
tragédia. Eu só
não lembro de colocar a corda no meu pescoço
mas isso com certeza
minha
mãe
se lembra.
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