quinta-feira, 27 de março de 2014

Para de chora pretinha.

Eu ainda me lembro da disposição que eu tinha pros assaltos, orgias, lembro das brigas, das noites que eu dormia embriagado na casa
de garotas desconhecidas  e dos sambas no círculo operário,
das madrugadas vendendo crack na rodoviária, esquinas e
do bolso cheio do moedas
e notas amassadas. Me lembro de sempre andar com
carros roubados, de beijar a mãe da Daniela
prostituta de dezessete
anos de
idade, lembro
do peso do meu segundo revólver um 38 do cano de madeira
que eu dei 4 tiros num são-paulino filho de uma puta,
me lembro dos finais de semana que eu ficava
sozinho em casa,
dos pratos
cheios de cocaína,
das meninas nuas na sala e de como eu era
frio.
Lembro também do dia que a Marcela foi
presa
negra gostosa e parceira, lembro da Claudinha chorando quando mataram seu irmão  e de trepar com ela depois
do
enterro.
Lembro do desespero que havia no rosto da minha mãe
ela parecia prever a
minha
tragédia. Eu só
não lembro de colocar a corda no meu pescoço
mas isso com certeza
minha
mãe
se lembra.

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