terça-feira, 27 de junho de 2017

O Pássaro e a Menina.

presunçosa
ela chega sempre se espalhando pelos cantos
deixa uma peça de roupa jogada aqui
e outra ali
marcando as bitucas com batom
examinando minha cara de patife
seduzindo o espelho
machucando meu coração
sodomizando meu espírito ateu
valendo menos do que eu
não desce do salto e alimenta com migalhas
meus olhos de puta carente
que busca alguém que lhe dê carinho
demoníaca
pisoteia meu ego vagabundo
sem compaixão
brinca com meus segredos mais sujos
como uma pomba-gira apaixonada
me pune pelas traições
pela vida desregrada e
debocha do meu pau mole
desinibida
flerta com a vida
que a deixa cada dia mais bonita
seria elegante morrer em seus braços
com o cheiro bom da sua boceta na minha cara
você é um jazz flutuando no saxofone de um negro viciado em heroína nos anos 40
a fumaça do seu cigarro me agrada
minha princesa diaba
é melhor quando não esperamos nada
um do outro

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