segunda-feira, 22 de maio de 2017

Jatobá.

imaginei constelações
rasguei versículos
enquanto eu pude corri
fugi
adormeci em colos profanos
nas farras noturnas
bundas em fartura
sexo sem ternura
não me curvei por grana
nem por religião
droga, polícia
ou blá blá blá de cristão
fumei cigarro
me dediquei ao tráfico
nos assaltos vi muito dinheiro
indo pelo ralo
invernado virei madrugadas
passeando pelo inferno
o diabo de bermuda e chinelo e eu de terno
com trajes antiquados
bêbado nunca fui bom moço
camisa colorida suja de sangue
quase matei meus pais de desgosto
colecionando vícios
cicatrizes ganhei nas brigas
maluco de porta de hospício
mas assumi meus riscos
ciente que toda preta é rainha
me botei no altar como sacrifício
hoje convivo com as consequências
da tentativa de suicídio
sem arrependimentos
chapado de ácido
ta tudo bem comigo
as vezes sou bomba-relógio
contando os segundos pra explodir o mundo
as vezes só quero beijar a boca de uma puta
pra provar que meus sentimentos são nobres
ta tudo bem comigo

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