quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Carlos do Pó.

eu sempre espero um milagre neurológico
e nunca sorrio  nas fotos
quase sempre bêbado ultrapasso os limites
xingo meus amigos
faço dívidas em biqueiras
transo com mulheres erradas
e afago cães de rua
essa ânsia de querer a porra toda
sempre mais
entregue a violência de viver sem paz
roleta-russa é fugir de polícia
poesia é uma noite quente
regada a sexo, droga e aguardente
enquanto amores vem e vão
ponteiros sem perdão
é o tempo
do lado de dentro do espelho
maquinando golpes e trapaças
eu torço pra madrugada passar devagar
e te digo com a voz enrolada
que o amanhã ainda nem existe
e você se veste despreocupada com a vida
cores escorregando pelas suas pernas tatuadas
você é um desenho animado pornográfico
e eu tenho um 38 no guarda roupas
por pura vaidade

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