segunda-feira, 5 de dezembro de 2016

Vespa Amarela.

como quando eu gastava toda minha grana
com droga e motel
e voltava pra casa como um cachorro
com o rabo no meio das pernas
antidepressivos não disfarçam o desespero
as vezes é como dar um gole pra criar coragem
foi assim no dia que enrolei a corda no pescoço
uma manhã de sexta
um mês em coma
não pedi ajuda
se tivesse pedido também não me escutariam
hoje os tempos são outros
e meu nome figura ainda em alguns processos
em algumas receitas de remédios controlados
esvaziaram os pneus da cadeira de rodas
é a mesma história de antes
nos letreiros luminosos dos enforcados
inventaram você para mim
pra te confundir
pra me consumir
minha confusão mental em noites claras
quando eu desapareço de mim  mesmo
e das mulheres
nos relâmpagos epiléticos
nos sonhos e nos beijos

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