quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Tangerina Azeda.

remontei minhas ilusões
domestiquei meus demônios
não me suicidei na lua nova
recolhi teus pedaços silenciosos
abandonados no guarda-roupa
mantive a dor em segredo
para crer num novo recomeço
aceitei outros amores
mas deixei o peito aberto
pra um dia te ouvir chegar de mansinho
espiando o tempo na janela
com amor hospedado nos olhos
a pele refletida no sol
esbanjando carisma, feitiço e mistério
meu desejo com o mesmo enredo vazio de pudor
continuo vadio
as alegorias usadas que você já conhece
os versos sujos
desenhando tua lembrança com o dedo
no box do banheiro
te esquecendo em doses mínimas
aos poucos
nas gotas de lsd
desatento troco teu nome
perdido no espelho
no choro escondido
no gozo incompreendido
das morenas que consolo
reparo brincos  e vestidos
deixo teu sorriso pra trás
trancado no quarto já não sonho mais

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