segunda-feira, 19 de setembro de 2016

Galinha da Angola.

sussurrou seu feitiço de domingo no pé do meu ouvido
feito criança brincando descalça no quintal da casa da vó
eu barganho todo dia com o diabo
pra te causar desgosto
tropecei nos teus olhos floridos de primavera
e cai no teu abismo de dramas numa manhã de sábado
seus remédios caseiros pra minha tosse
na surpresa da luz acessa
achei teu corpo aberto pra mim
desenhou uma estrela azul de caneta bic na minha mão e me deu sua bunda pra eu lamber
se rende as minhas farras
os porres e os poemas pra outras garotas
estudei as minúcias da tua vagina
toda pele, curva, cheiro, sabor
todo sentimento que há ali
seus dias são inteiros
enquanto minhas noites são eternidade
e eu invento qualquer verdade que te faça sorrir

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