segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Rádio A.M.

Naufragado no teu copo de conhaque com guaraná
transformando nossa vida em cinema
películas contemporâneas de caco de vidro
sendo o vilão no papel principal
hoje acordei de mal com deus
sem sorte pra vida
com fome de carne
sim, eu vivo minha poesia
cada ferida
antes que a luz se apague eu ainda fodo com o mundo
e honro essa tatuagem que tem na tua bunda com meu nome
essa porra é um tapa na cara da realidade
a tristeza é refletida em diazepan e
facas sem corte
todas as noites aqui são quentes
todo banheiro é uma viagem de ácido
azulejos psicodélicos
todos caras cobiçam minha garota
minha esmola é sempre pouca pra te intera um pino
não conte comigo
pra nada
nosso amor as vezes me basta
as vezes me encontro
nos teus olhos perdidos
me acostumo com seus dois meses de gestação
penso em arranjar um emprego
dormir cedo
mas tenho medo de descobrir quem eu sou
e de você me pegar tendo uma overdose na nossa cama.
e ver todo seu amor
virar rancor
não se acostume comigo
to de passagem.

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