terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Pastel na Feira.

ouvi dizer que ela não mora mais no bairro
que seu cachorro morreu
fiquei sabendo que se apaixonou por ai
que escreveu num muro que eu era corno e viado
que ela agora gosta de mulheres e
de cocaína também
que andou perguntando de mim
soube que ela mudou a cor de seu cabelo
que ainda deixa marcas de beijo com batom nos espelhos
que bateu o carro na Bady
que frequenta os mesmos bares que ia comigo
que as vezes ela chora
que ainda me odeia sem querer
me disseram que ela passou um tempo sem sorrir
e que hoje seu sorriso parece um pedido de socorro
um flerte com o desespero
que ela nunca mais se entregou por inteiro
disfarçando a tristeza que te causei com ácido nas raves de domingo
eu me lembro bem das tuas minúcias
dos seus truques
da sua malícia
ainda transo bêbado com aquela amiga
e torço pra que o carnaval seja eterno


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