segunda-feira, 19 de junho de 2017

Plástico.

nós compactuávamos da mesma malícia
das ruas
das biqueiras
dos puteiros infames
e sorríamos um para o outro quando víamos
qualquer bunda bonita
é que nossa geração conheceu apenas a depressão da cocaína
meu amigo
assim como eu
também tinha seus problemas com a justiça
vendíamos crack nos bares do centro
no corre dos carros roubados
no sangue quente em nossas veias
das brigas de torcida
dos porres e das bocetas
sinto saudades amigo
enquanto você minguava dentro de um caixão
a corda no meu pescoço arrebentou
mas ainda bebo e transo sem parar
sempre disposto a foder com o mundo
em sua homenagem não respeitei seu luto
tomando café e planejando crimes impossíveis
é meu amigo
realmente a vida é uma grande festa
fui saber disso bem depois
é uma pena você ter ido embora tão depressa

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