sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

Maria Mulata. Mulata Maria.

Teus olhos infantis
padeciam quando minha violência florescia
e eu sucumbia
aos impulsos químicos
que o meu capeta sorridente que mora em mim
me induzia
só o sangue seco grudado na minha pele
pra me incriminar
você chorava
mas sempre voltava
pra minha falta de decência
com as tetas na minha cara
meus sambas antigos
trocar seu Sol pela minha Lua
trepar dentro de carros roubados
minhas madrugadas intermináveis
com meus amigos do tráfico
magoando seu coração de menina
amassando sua pele morena de Oxum
me amando quando eu não te amava
eu sempre disse pra me tratar como se eu fosse só mais um
desculpe meu excesso de razão
obrigado pela tentativa
mas seu esforço foi em vão.
                       Para Débora.

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