Eu atuo nas entrelinhas
perdido na caixa de tênis
embaixo da cama de menina adolescente
num fim de relacionamento
numa desilusão recente
no sexo no fundo de um estacionamento
no tráfico de droga numa esquina
entre prostitutas, viciados e travestis no centro da cidade
na gargalhada ébria.
Minha inspiração esta na calçadas
guardadas em forma de lembranças
nas paredes pichadas da minha cabeça
de tudo que eu fiz, vi e vivi
todas as mulheres que dormi
carros que eu roubei
pelos becos que andei
junto retalhos
pedaços da minha memória decadente
manchada de sangue
de olho roxo
memória deficiente e cadeirante
e transformo em versos
sujos...
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