quarta-feira, 30 de abril de 2014

Pedaço de Um Braço.

Tem dias que bate uma saudade  de você
do seu amor explosivo,
corrosivo e destruidor, do seu cabelo crespo,
da sua boca.
Até hoje eu não sei porque cê fez aquilo,
você escorreu entre
meus dedos
como água e eu te vi indo embora
lentamente e
lentamente me acostumei com a tua ausência,
com a falta dos
seus chiliques e das brigas
em público,
foi foda ficar sem seu corpo inteiro negro
seu sorriso
branco e seu
rebolado.
Você sempre botava a mão no meu ombro para se olhar no
espelho
e comparava nossas coxas e dizia com raiva:
- Cê nunca vai ter outra mulher que te ama como eu e muito menos com um par de coxas assim.
Eu mentia e concordava,
você odiava ser
contrariada e eu odiava ter que concordar com tudo pra evitar conflitos.
Preferiria te ter como amiga se eu soubesse que iria terminar
como terminou
você sempre planejava tudo sozinha e
me incluía nos seus planos sem eu saber,
era chato como cê nunca baixava a
guarda.
Mas também sabia fazer chamegos e carinhos
gostava de
trepar
e
trepava bem,
forte como toda mulher negra
rebolava com a bunda na
minha cara e
ria do meu pau mole
dizia: - Olha o tamanho disso, tão pequeninho coitado.
A gente ria e eu não vestia roupa até na hora de eu ir embora.
Até que um dia em que nós dois descobrimos que o que você achava e dizia ser amor era
obsessão, loucura, doença
e eu fui embora com um soco
no pescoço por
causa da sua vizinha.

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